sábado, 12 de novembro de 2011

Relatório V Encontro Cultura e Memória: História, Narrativa, Patrimônio 28 a 30 de setembro de 2011, UFPE, Recife.


O V Encontro Cultura e Memória: História, Narrativa, Patrimônio, realizado na Universidade Federal de Pernambuco entre os dias 28 a 30 de setembro foi um evento organizado pelos pós-graduandos da linha de pesquisa “Cultura e Memória do Norte e Nordeste”, em parceira com o departamento de história, com os professores e os graduandos.
Momento oportuno não somente para a divulgação de pesquisas, o espaço configurou-se em um fecundo campo de troca de experiências e de aproximação entre professores e aprendizes. Diálogo proporcionado por palestras, mesas redondas, mini-cursos e gt’s, nele busquei compreender um “norte comum” na produção da pesquisa histórica, da relação entre o historiador e suas fontes, e como, guiado a priori por suas questões, ele seleciona, (re)significa e constrói seu textus (do latim, tecido).
Ainda que tenha me divido entre monitor e ouvinte, mesmo assim pude prestigiar a mesa redonda “Cultura e Contemporaneidade: O Lugar da Inventividade e da Leveza na Pesquisa Histórica”, ministrada pelo professor do departamento de história, Antônio Paulo Rezende, juntamente com a participação de seus orientandos de pós-graduação Daniel de Souza Leão Vieira, Natália de Barros e Joana D’arc.
Envolvido numa dinâmica de imaginários e paisagens a partir da leitura de Ítalo Calvino, o texto de abertura da mesa, do professor Daniel Vieira, trazia questões sobre o encadeamento da intertextualidade através do uso da imagem. Num segundo momento, Natália Barros nos presenteou com um belíssimo conto, cujo personagem principal trata-se do próprio Rezende e de suas “aventuras” – e por que não dizer? – figura representante de uma vanguarda quanto à abordagem histórica. Dando prosseguimento, Joana D’arc elucidava da relação do fazer e contar artesanato-história.
 Concluía-se a mesa com um texto-problema, do professor Antonio Paulo Rezende, que perguntava do lugar da leveza na narrativa histórica e alertava para o desenvolvimento de um câncer no interior da própria sociedade, que gradativamente a corrói e faz emergir a flor da pele um contínuo “mal-estar”, resultado de pouca empatia, de pouca humanização.
Participei também do mini-curso “[Re]pensando o Ofício do Historiador”, ministrado pela professora Grazielle Rodrigues em co-autoria com Roberta Duarte, no qual se discutiu da relação entre o historiador e as suas fontes e da constituição desse corpo documental, que pode ser tanto material – como jornais, fotografias e documentos –, quanto imaterial – como o relato da experiência de um agente social e a memória individual ou coletiva –, assinalando que o passado se constrói – ou se restaura - no presente.

João Paulo Nascimento de Lucena

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